Mãe e pai que mataram a filha de 5 anos perderam a guarda da menina em 2012. Curiosamente, há dois anos, a mulher chegou a aparecer em reportagem televisiva para contar a história.
A morte de Emanuelly Aghata da Silva, de 5 anos, pelas mãos dos próprios pais, ainda está sendo investigada pela polícia e novos depoimentos estão sendo acrescentados ao inquérito.
O depoimento da avó materna
de Emanuelly revelou que a menina sofria violência desmedida. Mas o
mais chocante foi o relato da babá que, além de detalhar os
espancamentos, recordou que tanto a Polícia como o Conselho Tutelar
sabiam dos maus tratos contra a criança.
No ano passado, após a indiferença das autoridades,
a própria babá divulgou nas redes sociais uma foto de Emanuelly com o
rosto machucado. A imagem foi compartilhada milhares de vezes (relembre aqui).
Nesta terça-feira (6), a TV TEM, afiliada
da Rede Globo no interior de São Paulo, resgatou em seus arquivos uma
entrevista com Débora Rolim, mãe de Emanuelly, exibida em 2016.
Na ocasião, a reportagem tratava das ações do
Conselho Tutelar de Itapetininga e Débora foi uma das entrevistadas por
ter perdido a guarda de Emanuelly após o nascimento da menina.
Débora relatou, na matéria, que tinha caído em
depressão logo após o parto de Emanuelly, que nasceu com sete meses em
outubro de 2012 e precisou ficar hospitalizada.
Débora não visitava a filha no hospital e o
Conselho Tutelar foi acionado. A Justiça, então, determinou que
Emanuelly ficaria provisoriamente em um abrigo.
“No começo foi difícil para conseguir aquele
‘grude’ entre a gente. Mas agora está completo”, afirmou Débora, em
2016, durante a entrevista.
Dois anos após a reportagem exibida na televisão
com a mãe de Emanuelly, o Conselho afirmou que o caso foi acompanhado
desde que Débora recuperou a guarda. Mas em 2017 receberam uma denúncia (da babá) de que a mãe agredia a criança.
A denúncia de 2017
Débora tem outros dois filhos, um menino de 4 e uma menina de 9 anos.
A irmã mais velha de Emanuelly confirmou, durante a
denúncia, em 2017, as agressões e o caso foi encaminhado à polícia.
Mesmo assim, os conselheiros disseram que continuaram fazendo visitas à
família, mas não encontraram indícios de agressão.
O órgão alegou que conselheiros descreveram a casa
como limpa e organizada. Além disso, que a Débora demonstrava afeto com
todos os filhos e que Emanuelly parecia ser apegada à mãe.
Ainda segundo os conselheiros, na época, como nada
parecia estar fora do normal e como só a Justiça poderia determinar a
retirada da guarda dos filhos, as crianças continuaram na mesma casa.
Perícia
A Polícia Civil realizou hoje uma perícia no local do crime: a casa de Débora e Phelipe, pais da menina Emanuelly.
De acordo com o delegado responsável pelo caso,
Eduardo de Souza Fernandes, a polícia quer saber o que houve no imóvel
antes da criança ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) e levada ao pronto-socorro.
“Testemunhas fundamentais foram ouvidas: a avó
materna, a babá e a mãe da babá. Fizemos perícia na casa onde moravam a
Emanuelly e os pais. Essa perícia vai identificar o que houve na casa,
se houve queda mesmo da criança como os pais alegaram ou o espancamento.
Ali foi onde aconteceu o crime”, disse.
“A ideia é entender o crime, saber quem mais
participou, como o Phelipe atuou no crime, como a Débora se portou e o
que aconteceu com a Emanuelly lá dentro”, complementou.
Os laudos do Instituto Médico Legal (IML) para
apontar as causa da morte da criança, da perícia do local e do celular
da Débora devem sair nos próximos dias. A polícia tem 30 dias para
concluir o inquérito policial.
Em 2016, Débora apareceu em reportagem de TV
com Emanuelly no colo.
Hoje, ela está presa por ter matado a menina (reprodução/TV TEM)
Hoje, ela está presa por ter matado a menina (reprodução/TV TEM)
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